Com o Guarani Eternamente
O objetivo de evoluir a ponto de disputar o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro emperra em um mísero detalhe: o Guarani não sabe bem como fazer gols. Em sete rodadas na terceira divisão, o Bugre balançou seis vezes as redes. Se não bastasse a quantidade insuficiente para subir na tabela de classificação, o time ainda tem problemas de criação, já que, por enquanto, utiliza apenas a bola parada para levar perigo ao oponente. A tática virou “manjada”.
Todos os gols do Guarani na Série C saíram em jogadas semelhantes. Fumagalli marcou em cobrança de pênalti na estreia com o Guaratinguetá. Depois, aproveitou escanteio para fazer contra o Londrina e chutou as bolas paradas, seja escanteio ou faltas próximas à área, que resultaram no empate com o Juventude e na vitória sobre o Tombense. O gol que falta nesta relação é de Malaquias, cuja origem é um arremesso lateral de Gladstone.
Futebol é difícil. Muitas vezes o time pior ganha, o melhor perde”Allan Dias
A receita falhou nos últimos jogos. Contra Madureira e Portuguesa, o Bugre insistiu em colocar a bola na área do adversário, mas a defesa levou a melhor em quase todos os lances (quando os homens de frente alviverdes conseguiram a finalização, pararam no goleiro ou na má pontaria). Faltou criatividade para buscar outras formas de atacar. Allan Dias foi quem mais tentou algo diferente no Canindé, mas os chutes de longe foram bloqueados pelo goleiro Douglas.
– Tivemos mais chances que o Madureira. Se fosse para ter um vencedor, seria a gente. Mas já foi, não volta mais. Futebol é complicado. Muitas vezes o time que jogou pior ganha, e o que jogou melhor perde. O que a gente tem que fazer é trabalhar, esquecer os jogos que já foram, para, nos próximos jogos, conseguir as vitórias – afirmou o meia, que aparece como candidato natural à posição de titular nas próximas rodadas.
O desempenho ruim do ataque força a diretoria a agir. Os cartolas discutem diariamente nomes que teriam condições de chegar ao Brinco de Ouro para resolver o problema, mas não chegam a um consenso. O último citado foi Marcelo Nicácio, de 32 anos, que está no futebol da Arábia Saudita. Com passagens por Bahia, Atlético-MG, Vitória e Paysandu, o jogador fez parte dos planos, mas a parte financeira emperrou as conversas.
– Nicácio foi uma conversa de bastidor, era um nome que estava na nossa lista, mas não evoluiu. Seria um bom nome, mas hoje não tem nada. Precisamos ter a visão de que nosso elenco precisa ser melhorado. Temos carência, falta gols, mas é difícil achar jogadores com essa característica (de fazer gols). Quem tem, não abre mão. Quem não tem, está correndo atrás – explicou o superintendente de futebol Waldir Lins.
O Guarani começou a temporada com esse jogador. Fez certo esforço financeiro e convenceu Nunes a fazer parte do projeto capitaneado por Marcelo Veiga. Em campo, o camisa 9 ajudou com sete gols durante a campanha na Série A2, mas os números gerais não eram tão diferentes do atual momento. O Bugre fez 20 gols em 19 rodadas, prova de que a falta de criatividade não depende de alguém para colocar a bola na rede.
Paulo Roberto tem alguns dias para amenizar a carência ofensiva. Na segunda-feira, o Guarani encara o adversário mais difícil, em termos de pontuação, desde o início da Série C: o Brasil de Pelotas, que lidera o Grupo B, oito pontos acima do próprio Bugre (15 a sete). O desempenho ofensivo ditará muito do que será a partida. Mais uma rodada ruim e o acesso, tratado como grande objetivo da temporada, ficará ainda mais longe.
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