Com surpresas, Brinco de Ouro tem leilão adiado.

março 18th, 20150 Comments »

Com surpresas e sem resultados, assim terminou mais um leilão do patrimônio do Guarani onde estão localizados o complexo social e o estádio Brinco de Ouro da Princesa no início da tarde desta quarta-feira.

Com lance mínimo presencial de R$ 210 milhões e a possibilidade de lance não presencial pela internet com valor mínimo de R$ 126 milhões e sem nenhuma oferta, a juíza Ana Claudia Torres Vianna ofereceu aos presentes a possibilidade de oferecerem ofertas, ainda que abaixo dos lances mínimos estipulados e ai surgiram as surpresas.

Presente ao leilão, o empresário e vereador da cidade de Jaboticabal Jan Nicolau Baaklini, novamente representando o Grupo Gold Business Empreendimentos apresentou uma oferta de algo em torno de R$ 45 milhões, até ai sem novidades, o mesmo grupo já o havia feito, mas desta vez, segundo relato dos presentes, os representantes estariam sendo auxiliados pelo Conselheiro de Administração do Guarani, Luiz Carreira Torres, para surpresa geral, mas neste momento veio a segunda surpresa.

Mesmo tendo divulgado que não apresentaria lance e depois de ter anunciado sua retirada do projeto de parceria ou de negociação do patrimônio do Clube, o empresário Roberto Graziano esteve presente ao local e fez chegar à Juíza uma oferta que totalizava R$ 57 milhões. O dinheiro seria composto dos valores retidos que foram dados como lance no leilão efetuado pela Justiça Federal ainda em 27 de novembro passado e o restante seria complementado pela empresa MMG Consultoria e Assessoria Empresarial, mesma empresa que ofereceu o lance em novembro.

Ao receber e analisar as duas ofertas a Juíza Ana Claudia Torres Vianna declarou que o leilão estava encerrado, um novo leilão, agora em segunda hasta foi confirmado para o próximo dia 24 de março (terça-feira da próxima semana) com lance mínimo de R$ 126 milhões.

Em sua argumentação para não aceitar os valores oferecidos a Juíza declarou que as ofertas sequer cobrem os valores das dívidas trabalhistas movidas pelos credores do Clube em todas as varas do trabalho de Campinas e isto impediria de concretizar o arremate pois não havia garantia de recebimento para todos os processos.

Ainda ao encerrar o leilão ela se pronunciou cobrando manifestação da Prefeitura Municipal de Campinas para que os imóveis possam ser vendidos em hasta pública na próxima semana. Aparentemente a Meritíssima quer que a Prefeitura se posicione dizendo que é possível a construção de projetos imobiliários no local, o que valorizaria os imóveis e poderia criar interesse justificando o valor de R$ 126 milhões.

Alguém só precisa lembra-la que este valor já está muito abaixo do valor de avaliação real da área que ultrapassa os R$ 320 milhões conforme avaliação enviada pela própria Justiça do Trabalho à Justiça Federal pedindo reconsideração sobre a validade do leilão corrido em novembro passado. E mais ainda, está muito menor do que apropria nova avaliação da Justiça Federal que determinou o valor mínimo de R$ 400 milhões pelas áreas, já considerando o aval da Prefeitura através do GAPE (Grupo de Analise de Projetos Específicos) que em janeiro de 2014 emitiu parecer de viabilidade a um projeto apresentado pelo próprio Guarani prevendo a negociação apenas do entorno do estádio onde seria construído um complexo comercial e corporativo, um shopping center no estilo street mall além de um hotel.

Além disso é preciso esclarecer que o papel da Prefeitura não é de facilitar o arremate por este valor, já que no edital de convocação, equivocadamente, a Justiça do Trabalho segue apontando as matrículas pertencentes à Prefeitura e cedidas ao Guarani com fins específicos. O papel a Prefeitura é exatamente o contrário, em se tratando de bem público cabe a ela evitar que estes bens sejam perdidos, tornando-se propriedade de terceiros.

Pelo bem do Guarani nenhum lance no valor foi apresentado e pelo mesmo bem do Guarani é necessário que a Justiça entenda que não será através de hastas públicas que esta situação será resolvida. É preciso gestão, captação de parcerias de investimentos e a criação de uma planificação de pagamentos junto à Justiça do Trabalho, e isso só poderá ser conseguido pelo Guarani, não pela via inversa.

Fonte: Planeta Guarani

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